A SOBRECARGA DOS CUIDADORES INFORMAIS EM SAÚDE MENTAL
UMA REVISÃO NARRATIVA DA LITERATURA
Resumo
Diante das mudanças trazidas pela reforma psiquiátrica, a família passou a ter um papel crucial na inserção do sujeito com transtorno mental na sociedade e no contexto familiar. Porém, essa função tem trazido consequências para a vida do cuidador. Desta forma, o presente estudo teve o objetivo de identificar e analisar como a literatura tem apresentado as evidências de sobrecarga na vida do cuidador informal em saúde mental na última década, através de uma revisão narrativa da literatura, realizada nas bases de dados SciELO e PePSIC, a fim de discutir sobre o desenvolvimento de estratégias de intervenção que proporcionem assistência ao cuidador em saúde mental. Foram encontrados oito artigos que atenderam aos critérios de inclusão estabelecidos. Através da análise e interpretação dos dados, foi possível caracterizar três categorias: o ato de cuidar do indivíduo em sofrimento mental; as consequências biopsicossociais trazidas pelo papel do cuidador; e a psicoeducação no processo de cuidar. Observou-se que o sexo feminino é preditor entre o gênero dos cuidadores devido a estigmas socioculturais adquiridos durante toda a existência, e que a falta de conhecimento sobre o diagnóstico do paciente reflete nos cuidados e na vida biopsicossocial do cuidador. Discute-se a necessidade de um aprofundamento nessa temática para articular estratégias de intervenção que proporcionem a aquisição de conhecimentos, a fim de melhorar a qualidade de vida para os cuidadores informais em saúde mental, assim como sugestões de analisar as consequências psicológicas trazidas para esses cuidadores durante a pandemia da COVID-19.