PENSANDO O ATO DE PÔR FIM À VIDA

UM OLHAR PARA O (A FALTA DE) SENTIDO EXISTENCIAL

Autores

  • Nathaly Ferraz Queiroz Silva Faculdade de Ciências Humanas e Exatas do Sertão do São Francisco (FACESF)

Palavras-chave:

Suicídio, Existencialismo, Prevenção, Posvenção

Resumo

Reflexo de uma sociedade cada vez mais adoecida mentalmente, o suicídio é considerado pela Organização Mundial de Saúde um sério problema de saúde pública que impõe urgência prioritária na prevenção; exigindo também cuidados pertinentes na posvenção. Considerando a visão de Sartre, de que “a existência precede a essência” do ser humano e que o fundamento dessa, é a liberdade de escolha, e baseando-se na compreensão existencialista de que a pessoa que existe está em contínua evolução e em busca de superação de si mesmo, entendeu-se a necessidade de compreensão do que leva um sujeito a pensar o ato de findar a própria vida. O processo suicida se dá em três etapas: Desejo suicida, ideação suicida e o ato do suicídio propriamente dito tendo como gatilhos, diversos dispositivos de risco, tais como: Fatores primários; Fatores genéticos, que podem ou não ser potencializados por fatores ambientais; Transtornos mentais; Automutilação e Traumas, que são passíveis de cuidado preventivo pautado na promoção da ampliação de situações em que o sujeito possa encontrar sentido para sua existência. Derivado, não de uma, mas de várias causas, o suicídio é a finalização de um processo de sofrimento que materializa a soberania do homem em relação a sua existência. Aos sobreviventes, caberia respeitar a dor e aceitar o lento processo de cicatrização que passa pela incansável busca dos porquês e resulta no reconhecimento dos riscos envolvidos em viver, do redimensionamento de papéis e do surgimento de uma nova identidade.

Publicado

2018-10-15