APROPRIAÇÃO DO BEHAVIORISMO RADICAL PELO FEMINISMO

O USO DO CONTRACONTROLE COMO FERRAMENTA DE REMODELAÇÃO SOCIAL

Autores

  • Nayane Queiroz Faculdade UniFTC Juazeiro
  • Eguidima Maria Faculdade UniFTC Juazeiro
  • Hannah Lima Faculdade UniFTC Juazeiro
  • Raynache Pereira Faculdade UniFTC Juazeiro

Palavras-chave:

Behaviorismo radical, contracontrole, papeis de gênero, feminismo

Resumo

O behaviorismo radical e o feminismo apresentam algumas características filosóficas e epistemológicas semelhantes, e até compatíveis, uma vez que ambas consideram o comportamento humano como produto da interação de variáveis contextuais, sociais, e históricas, ou seja, as situações da mulher estabelecidas na contemporaneidade, estruturadas no patriarcado, estão pautadas na construção cultural. Dessa forma, é possível identificar vias de desmistificação do que está imposto socialmente acerca de papéis de gênero e funções pré-estabelecidas para as mulheres. Nesse sentindo, o presente estudo teve como objetivo geral: investigar as possibilidades de contracontrole do movimento feminista a partir da base filosófica do behaviorismo radical, sendo os específicos: (1) assimilar possíveis aproximações das bases filosóficas do behaviorismo radical e do feminismo; (2) compreender como a partir da perspectiva do Behaviorismo radical ocorre a diferenciação entre os gêneros e torna-se uma prática cultural. Desenvolveu-se em caráter exploratório e qualitativo, utilizando como método o levantamento bibliográfico em base de dados online, como PSYCINFO, REBAC, LILACS, ao final das leituras e apontamentos foram selecionados dez artigos que atendiam as especificações do objetivo. Como resultado, discute-se que o Behaviorismo Radical e o Feminismo aproximam-se ao contraporem-se a existência a uma ideia intrapsíquica presente nos comportamentos humanos e reconhecerem o contexto cultural como reforçador destas práticas. Logo, não há uma essência feminina, o reducionismo às determinações biológicas seriam equivocadas, traçando assim uma necessidade de compreender o ser mulher dentro de aspectos culturais e ontogenéticos, diante do modo causal de seleção por consequência. Nesse sentido, o gênero não é determinado biologicamente pelo sexo, mas sofre influência dos três níveis de seleção, nos quais homens e mulheres são expostos a diferentes contingências culturais e individuais e comportamentos são reforçados conforme a necessidade da manutenção da ordem social, as quais resultam em diferentes papéis de gênero para o sexo feminino e para o sexo masculino. Assim, a posição de “inferioridade” da mulher não decorre dos seus mecanismos biológicos e sim de práticas opressoras selecionadas e reforçadas no decorrer da história humana. Conclui-se que, o contracontrole dos movimentos feministas tem sido possibilitado através de ações políticas, sociais, ideológicas e filosóficas, que desafiam as práticas sociais tidas como absolutas e passam a agir na modificação das relações de gênero e seus papéis, na libertação das amarras patriarcais, na reinserção e ressiginificação da mulher na sociedade e no mercado de trabalho, na luta pelo direito de decidir pelo seu próprios desejos e corpo.

Publicado

2019-11-10