PERDA GESTACIONAL
RECONHECIMENTO DO FETO E ELABORAÇÃO DO LUTO
Palavras-chave:
Luto, Perda gestacional, Reconhecimento do fetoResumo
O luto por perda gestacional tende a ser subestimado culturalmente. O curto período de tempo em contato com essa nova vida e a falta de compreensão dos sentimentos construídos desde a descoberta da gravidez são fatores que influenciam a negligência com aspectos emocionais do luto. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi analisar o reconhecimento do feto na condição de estratégia de elaboração do luto diante da perda gestacional. Para isso, foi realizada uma pesquisa de levantamento de dados digitais por meio da rede social Instagram, ambiente virtual de alcance comunicativo. Para viabilização da atividade, optou-se por comparar os conteúdos das amostras obtidas nos relatos de cinco mulheres que tiveram acesso aos seus filhos após o óbito fetal e, essa mesma representatividade quantitativa com as que não tiveram essa oportunidade, somando um total de dez relatos/comentários. Essa coleta considerou os depoimentos que ocorreram entre janeiro de 2019 e setembro de 2020, totalizando um período de 21 (vinte e um) meses. Os conteúdos expressam a satisfação ou a frustação das parturientes em relação ao tratamento recebido diante da situação de perda e de como o contato ou a falta do bebê favoreceu, ou dificultou, o processo de elaboração da perda gestacional. Diante do sofrimento causado pela perda, o acolhimento é uma das principais atitudes que ajudam na reparação da dor e no processo de luto. Esse amparo pode ser feito por um serviço de apoio ou por profissionais de saúde. A sociedade ainda ignora necessidade de acolher, pois dificilmente há reconhecimento do luto pela perda gestacional e quanto menor o tempo de gestação, menos reconhecida ela se apresenta. Os resultados da pesquisam confirmam a importância de oportunizar o reconhecimento do feto a partir do contato físico entre mãe e filho, como recurso de elaboração do luto, uma vez que o contato físico com o bebe e a percepção construída a partir desse encontro, pode ser uma oportunidade de promover para a mãe o acesso direto com a realidade do fenômeno da perda gestacional, contribuindo para que o luto possa ser elaborado emocionalmente.