RACISMO E SAÚDE MENTAL
UMA DISCUSSÃO ACERCA DO IMPACTO PSICOLÓGICO DO RACISMO NA SAÚDE MENTAL DE NEGROS E NEGRAS MORADORES
Palavras-chave:
Comunidades quilombolas , Racismo, Saúde menResumo
Introdução: O racismo se constitui historicamente como fenômeno ideológico e complexo, com dimensões políticas, sociais e econômicas. Apesar de ser uma demanda psicossocial que atinge direta ou indiretamente grande porcentagem da população brasileira, gerando um ciclo social de sofrimento psicológico, ainda se tem poucos estudos em relação à temática. Objetivo geral: compreender como o racismo estrutural, sustentado pelas relações de dominação social, atinge e influência na saúde mental dos povos tradicionais quilombolas. Objetivos específicos: 1) identificar como o racismo adentra aos espaços tradicionais quilombolas; 2) delimitar as principais marcas deixadas pelo racismo na saúde mental desses povos; 3) revisar bibliograficamente as produções e estudos que dissertem sobre o tema; 4) expor autores e autoras referências nas discussões e seus marcos teóricos. Método: Para realização deste artigo optou-se por uma revisão bibliográfica da literatura, apoiado em uma pesquisa de cunho qualitativo e exploratória. O estudo tem como fonte de pesquisa, a utilização de dados secundários presentes na literatura, sobre o determinado tema. Para efetivação da pesquisa, foi optado pela utilização da base de dados Google Acadêmico por compreender que essa englobaria uma coleção mais rica de estudos. Foram adotados os seguintes critérios de inclusão: artigos estritamente publicados no Brasil, que se refiram à realidade brasileira e que tenham sido publicados nos anos de 2011 a 2021. Quanto aos critérios de exclusão, considerou-se: artigos não publicados no Brasil, os que não descrevem a realidade brasileira e os que foram publicados antes do ano de 2011. O levantamento de dados se deu a partir da busca por artigos com temática que relaciona o impacto psicológico do racismo na saúde mental de negros (as) de Comunidades Quilombolas. Resultados: A partir da busca efetuada, foram escolhidos 04 (quatro) artigos e ao final, após o filtro pelos critérios de inclusão e exclusão, foram escolhidos apenas 03 (três) trabalhos que seguiram aos critérios propostos. Todos os trabalhos encontrados tratam do racismo nas comunidades quilombolas. Embora exista um senso comum, de que as comunidades quilombolas são espaços socioculturais harmoniosos e isolados que se auto reconhecem como afrodescendentes, as comunidades sentem de forma sagaz os efeitos do racismo e das desigualdades sociais, políticas e econômicas que o mesmo provoca. Todos os artigos trataram de forma assertiva as questões relacionadas as implicações do racismo na saúde mental de quilombolas, porém, cada um deles focaram em uma temática ou área de atuação especifica, tendo apenas 1 (um) artigo de fato tratou da questão de forma mais aprofundada e sucinta (DIMENSTEIN et al., 2020). É evidente na literatura, a ocorrência de prejuízos físicos, sociais e psicológicos em negros (as) residentes em comunidades remanescentes de quilombos. Conclusão: O racismo, como uma estrutura de dominação, predominante e suavizada no Brasil, interfere negativamente no desenvolvimento biopsicossocial e mental de moradores e moradoras de comunidades quilombolas. Ainda que existam políticas de prevenção e erradicação do racismo no Brasil, é notório que o Estado, ainda padece de políticas públicas realmente mais diretivas e efetivas, que busquem de forma assertiva amparar não só as comunidades quilombolas como todos os outros povos tradicionais, de modo, a também respeitar suas culturas e subjetividades históricas e sociais.