COMO O ESGOTAMENTO EMOCIONAL RESULTANTE DA JORNADA DE TRABALHO DAS ENFERMEIRAS DURANTE A PANDEMIA DO COVID-19 TEM AFETADO O AMBIENTE FAMILIAR
Palavras-chave:
Esgotamento mental, Enfermeira, Fragilidade, Família, MulherResumo
Introdução: No ano de 2019, com o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a disseminação do novo coronavírus (Sars-cov-2), que originou a pandemia da COVID-19, a maioria dos países, assim como o Brasil, implementou medidas restritivas como estratégia preventiva para diminuição da transmissão do vírus. Contudo, diversos impactos afetaram diretamente o sistema único de saúde (SUS), como a falta de estrutura física, de insumos e profissionais suficientes para oferecer assistência integral a população. Devido a isso, os profissionais de saúde, especificamente as enfermeiras, passaram por situações estressoras e de esgotamento emocional ocasionadas pela sobrecarga de trabalho associada às demandas domésticas. Objetivo geral: Discutir como o esgotamento emocional tem afetado as enfermeiras e as suas relações familiares. Objetivos específicos: Analisar como os reflexos negativos do esgotamento psicológico, resultantes da sobrecarga de trabalho na pandemia do covid-19, tem interferido no âmbito familiar e quais estratégias poderiam auxiliar as enfermeiras a estabelecer um equilíbrio entre o trabalho-família. Método: Esta pesquisa se enquadra na modalidade de estudo de revisão sistemática, realizada através do levantamento bibliográfico de materiais secundários publicados nos últimos cinco anos e disponibilizados nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram utilizados os descritores: “as relações familiares na pandemia”, “a saúde mental das enfermeiras na pandemia do covid-19” e “o esgotamento trabalhista no desenvolvimento das doenças mentais” tendo como resultado a análise de 12 artigos. Resultados: observou-se que o esgotamento se deu por diversos fatores, principalmente a falta de estrutura do sistema de saúde e a sobrecarga no trabalho que contribuiriam significativamente, somado ao fato de que a enfermeira, devido a questões socioculturais, historicamente é protagonista dos afazeres domésticos e responsável por organizar o cotidiano da família resultando na intensificação do seu nível de estresse diário e nos problemas familiares. Conclusões: Foi possível identificar, nos estudos analisados, que os danos causados ao psicológico das enfermeiras durante a pandemia do covid-19 implicou diretamente na desconstrução danosa das relações interpessoais e na quebra do vínculo familiar. Como limitações destacou-se a ausência de estudos que tenham como objetivo as relações familiares das enfermeiras como fator decisivo na eficiência da assistência prestada. Ademais, as intervenções viáveis para efetuar a mudança desse paradigma incluem: a implementação do apoio psicológico ofertado no trabalho, a pratica de terapia familiar e a criação de um protocolo eficiente com estratégias de ação para a saúde em contextos pandêmicos.