''ESCAMA É SÓ DE PEIXE"

O BREGA FUNK E O PENSAMENTO DE FRONTEIRA

Autores

  • Jeifa Alice Gericó Faculdade de Ciências Humanas e Exatas do Sertão do São Francisco (FACESF)
  • Jônatas Emanuel Pereira de Souza Faculdade de Ciências Humanas e Exatas do Sertão do São Francisco (FACESF)
  • Taline Santana Dias Pereira Faculdade de Ciências Humanas e Exatas do Sertão do São Francisco (FACESF)

Palavras-chave:

Pensamento de Fronteira, Brega Funk, Teorias decoloniais, Cultura

Resumo

Introdução: O brega funk, considerado um subgênero da música “Brega” foi criado a partir de uma confluência de elementos das várias vertentes musicais, se expressa e se propõe legitimando sua luta e seu lugar enquanto movimento contracultura dentro de sua realidade local. Há uma constante reivindicação de espaço, direitos e, principalmente, do reconhecimento da cidadania e do pertencimento desses corpos negros e periféricos nos espaços centrais da cidade. O brega funk, não é somente um movimento que cria, desloca, produz e reivindica novas formas de organização social, tecnológica e estética é um link entre o centro e a periferia, entre o colonizador e o subalterno. Objetivo geral: compreender como o pensamento de fronteira é acessado a partir do brega funk, enquanto espaço de discussão interseccional acerca das tensões socioeconômicas, raciais e de ressignificação da estética masculina pelas mulheres. Objetivos específicos: 1) apresentar os elementos que configuram o pensamento de fronteira a partir de Mignolo; 2) relacionar o movimento cultural brega funk com a definição do pensamento de fronteira; 3) visibilizar as tensões socioeconômicas (classe); tensões raciais (raça); ressignificação da estética masculina pelas mulheres (gênero) que circundam o brega funk. Método: o estudo se caracteriza como qualitativo, sendo adotado como critério de inclusão na fase de coleta o curta O Brega Funk vai dominar o mundo da série MPB - MÚSICA PELO BRASIL do Spotify. Adotando como procedimento de análise a Análise de Discurso Crítica (ADC) na perspectiva de Norman Fairclough. Resultados parciais: Conforme Mignolo (2013) o pensamento fronteiriço é parte do imaginário do mundo moderno/colonial, mesmo que tenha sido subalternizado pelo controle do conhecimento, pelo domínio da colonialidade do saber no campo da hermenêutica e da epistemologia, que pode ser entendido como uma máquina de descolonização intelectual, política e econômica. Nesse aspecto, para Mignolo (2010), a colonialidade do saber deve ser alvo de constantes desobediências epistêmicas, que é uma medida inicial para o processo de descolonização do saber, pressupondo um desprendimento das racionalidades modernas. Dessa forma, identifica-se que o brega funk enquanto movimento de luta emancipatória do subalterno que ao se apropriar das plataformas digitais alcançam a visibilidade, reconhecimento e também se tornam espaço de debates e de tensões raciais, sociais, objeto de análise em relação ao pensamento de fronteira como fenômeno sociocultural emancipatório que propõe um giro decolonial, a fim de emancipar o subalterno. Nesse aspecto, faz-se necessário analisar quais elementos surgem através do documentário em quanto espaço de fala dos marginalizados.

Publicado

2020-12-14

Como Citar

Gericó, J. A., de Souza , J. E. P. ., & Pereira , T. S. D. . (2020). ’’ESCAMA É SÓ DE PEIXE": O BREGA FUNK E O PENSAMENTO DE FRONTEIRA. Fórum Regional De Pesquisa E Intervenção (FOR-PEI), (2). Recuperado de https://periodicosfacesf.com.br/index.php/FOR-PEI/article/view/101

Edição

Seção

GT1: PESQUISAS TEÓRICAS E EMPÍRICAS EM CIÊNCIAS SOCIAIS E PENSAMENTO CRÍTICO