OS PROCESSOS DE INTRODUÇÃO A LIBRAS E A SUBJETIVIDADE SURDA NA FORMAÇÃO DO PSICÓLOGO
Palavras-chave:
Graduações em Psicologia, Língua de sinais, Comunidade surda, Subjetividade surda, EnsinoResumo
Introdução: A psicologia tem estabelecido um princípio básico para a construção de suas práxis: o diálogo. Dentre os diversos grupos que a psicologia tem dialogado, um tem chamado a atenção e é o foco dessa pesquisa. A comunidade surda possui uma estrutura cultural associada à língua mãe dos surdos que faz com que as ciências humanas e da saúde modifiquem fazeres – que são comuns e desenvolvidos aos ouvintes – para atender a comunidade surda dentro de suas necessidades. Entendendo isso, surge o problema: como as graduações tem abordado a surdez e a subjetividade surda? Objetivos gerais e objetivos específicos: discutir sobre os processos de introdução à libras nos currículos de psicologia; compreender os desafios para os estudos sobre subjetividade surda; articular a ética profissional e os processos formativos do psicólogo. Método: abordagem qualitativa, exploratória, utilizando como método de análise de dados levantamento bibliográfico e análise crítica do conteúdo obtido na internet (GIL, 2002). Discussão teórica: As Diretrizes Nacionais Curriculares dos Cursos de Psicologia são regulamentadas pelo Ministério de Educação e são uma forma de homogeneizar as graduações no país, mediante as necessidades regionais. A DCNCP vigente – lançada em 2019 – regula competências de comunicação verbal e não verbal, mas sem referências específicas à comunidade surda no ensino de bacharelado, porém as graduações em licenciatura possuem diretrizes além das já instituídas aos bacharéis, competências específicas em que a Língua Brasileira de Sinais é relatada, com o foco na educação (Ministério de Educação, 2004). Visto isso, é pertinente considerar que o ensino em psicologia possui um caráter generalista, ou seja, abrange diversas áreas de conhecimento de modo que, ao concluir a graduação, o profissional possua capacidade para trabalhar nos mais diversos campos. Um ponto observado é relevante na discussão, o estudo das intersecções socioculturais. Considerando tal fato, sustentado sob o pilar de ensino, alguns dos impasses para a inclusão de Libras e disciplinas referidas à comunidade surda podem ser citados, tais quais: 1) a falta de obrigatoriedade e observância das Diretrizes Curriculares que norteiam a formação dos projetos pedagógicos das Instituições de Ensino Superior; 2) o debate escasso da classe sobre a comunidade surda; 3) a falta de profissionais que estão aptos para lecionar sobre a comunidade surda dentro de suas respectivas áreas de conhecimento (SOUZA e PORROZZI, 2009). Conclusão: Os profissionais de psicologia precisam estar aptos para atender a pessoas surdas, os contextos de atendimento à assistência psicológica são direito à saúde pública e coletiva. Para isso, o primeiro passo para o bilinguismo de profissionais de psicologia é a inserção sobre a comunidade surda nos cursos de graduação, despertar o interesse e o foco para um fazer inclusivo e acessível; tornar a psicologia uma ciência participante dos movimentos sociais e das lutas de resistência das comunidades, assim como o diálogo e a escuta para construção de práticas conjuntas e dinâmicas.
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