Violência Obstétrica e o Desenvolvimento do Baby blues no puerpério: Uma Revisão de Literatura
Palavras-chave:
Baby Blues. Puerpério. Violência Obstétrica. Gravidez. Melancolia Materna.Resumo
Introdução: A gravidez é um período caracterizado por mudanças fisiológicas, físicas e psicológicas que ocorrem na mulher, as quais perduram normalmente toda a gestação e se estendem até o fim do puerpério (compreende os 45 dias do pós-parto), de acordo com Campos e Féres-Carneiro (2021). Historicamente, o parto é conhecido como uma fase guiada pelas funções fisiológicas da mulher em que as parteiras seguiam o plano orgânico sem as intervenções externas utilizadas nos dias atuais, como a episiotomia, manobra de clister e infusões de hormônios para indução. Atualmente, no momento do parto, tem-se observado uma tendência às práticas cirúrgicas, onde parturientes perdem autonomia sobre o seu corpo, tornando-se vulneráveis às violências obstétricas. Conforme a Ley Orgánica Sobre el Derecho de las Mujeres a una Vida Libre de Violência (2007), tais violências são caracterizadas pelas violações físicas, realização de procedimentos desnecessários e sem consentimento da gestante, além da ruptura dos direitos da paciente como a aplicação de uterotônicos, proibição do acompanhante e exame do toque repetitivo, resultando em um ambiente potencializador para o desenvolvimento do Baby blues. Segundo Bass & Bauer (2018), o Baby blues é definido r uma melancolia materna, em que não há rejeição da mãe com o bebê, e que abrange as duas primeiras semanas do pós-parto, gerando sintomas como alterações do humor, padrão de sono e apetite, ansiedade e crises de choro. Objetivo geral: Discutir a relação das violências obstétricas com o desencadeamento do Baby blues na literatura especializada. Objetivos específicos: Citar o que é o Baby blues e quais fatores influenciam no seu desenvolvimento; Relacionar quais são as principais formas de violência obstétrica; e Analisar a correlação existente entre a prática de violência obstétrica e o desenvolvimento de problemas psicológicos na mulher durante o puerpério. Método: Esta pesquisa se enquadra na modalidade de estudo de revisão sistemática, realizada através do levantamento bibliográfico de materiais secundários publicados nos últimos cinco anos e disponibilizados nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram utilizados os descritores: “Violência Obstétrica”, “Baby Blues” e “Consequências no puerpério” tendo como resultado a análise de 11 artigos.Resultados: Observou-se que dois artigos trouxeram como temática central o Baby blues; dois artigos discorreram sobre o puerpério; e sete artigos abordaram as violências obstétricas de forma geral e na percepção das parturientes. Juntos, os artigos trazem dados que reforçam a influência das violências obstétricas no desenvolvimento do Baby blues. Conclusões: Foi possível identificar, nos estudos analisados, que os acontecimentos vivenciados no parto influenciam diretamente nos sentimentos que se apoderam da parturiente nas primeiras semanas do pós-parto. Nesse panorama, os partos onde estão presentes as violências obstétricas impactam o emocional da mãe, aumentando os riscos de desenvolvimento do Baby blues, uma vez que essas práticas intensificam a ideia de incapacidade, melancolia e medo na puérpera. Por fim, como limitações, destacou-se a ausência de pesquisas com enfoque no Baby blues e que visem difundir o conceito, especialmente para as mulheres que passam por esse processo sem ter a consciência do que se trata.
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