LAERTE-SE

TRANSGENERIDADE E GESTALT-TERAPIA

Autores

  • Cristiane Conceição e Silva Faculdade de Ciências Humanas e Exatas do Sertão do São Francisco (FACESF)
  • Adriana Campos Miron Faculdade de Ciências Humanas e Exatas do Sertão do São Francisco (FACESF)
  • Luciana Fernandes Marinho da Silva Faculdade de Ciências Humanas e Exatas do Sertão do São Francisco (FACESF)

Palavras-chave:

Transgeneridade, Gestalt-terapia, Identidade de gênero, Patologização, Despatologização

Resumo

Introdução- A distinção entre sexo biológico, identidade de gênero e orientação sexual é uma discussão teórica contemporânea responsável pela ruptura com o binarismo, culturalmente imposto, que restringe os papeis masculino e feminino ao sexo biológico correspondente, respectivamente, às categorias “macho” e “fêmea”. O debate sobre a transgeneridade se insere nesse contexto de ruptura. A definição de transgênero diz respeito àqueles que não identificam o seu gênero de reconhecimento com o sexo biológico. Diante disso, a Gestalt-terapia uma abordagem psicológica embasada em teorias filosóficas (Humanismo, Existencialismo e Fenomenologia) promove uma “leitura” que propõe romper com a concepção de adoecimento da transgeneridade, apresentando conceitos como a corporeidade, o self e o ajustamento criativo, para estruturar como o fenômeno transgênero, que se trata de uma das configurações humanas, se constitui por meio da subjetividade e processos culturais. Explana-se a respeito de como se estruturou a patologização por meio da contribuição da Psicologia aliada a Psiquiatria, e também a despatologização dos transgêneros em movimentos atuais na ciência psicológica.   Objetivo geral - A presente pesquisa visa à análise da transgeneridade no documentário LAERTE-SE. Fundamentada nos pressupostos teóricos e metodológicos da Gestalt-terapia (Perls) e da Análise do Discurso Crítica (Fairclough), apresenta como objetivo geral analisar a construção da identidade transgênero a partir da inter-relação entre as práticas discursivas e as práticas sociais. Objetivos específicos - A pesquisa visa especificamente: 1. A partir dos conceitos gestálticos de self, ajustamento criativo, comportamentos funcional e disfuncional, abordar a representação das identidades de gênero e as noções de patologização e despatologização na obra em questão; 2. Analisar o campo semântico-discursivo no qual se ancoram os elementos linguísticos determinantes para uma dada representação da transgeneridade. Método - A Análise do Discurso Crítica nos fornece um instrumental teórico-metodológico consistente de pesquisa, uma vez que um de seus objetivos é analisar a construção e desconstrução das identidades sociais estabelecendo pontes entre as práticas sociais e as representações destas no discurso. Marco teórico - No CID-11, a condição transgênero deixou de ser considerada uma patologia mental e passou a ser denominada de Incongruência de gênero. No entanto, estar disposto como Incongruência no CID-11 é uma das formas de patologizar essa condição. Considerando que o sujeito é socialmente constituído e as concepções de doença são historicamente marcadas, ter como objeto de pesquisa o documentário LAERTE-SE é instrumento valioso para a análise da constituição das subjetividades contemporâneas.

Publicado

2019-12-20

Como Citar

Silva, C. C. e, Miron , A. C., & Silva , L. F. M. da. (2019). LAERTE-SE: TRANSGENERIDADE E GESTALT-TERAPIA. Fórum Regional De Pesquisa E Intervenção (FOR-PEI), (1). Recuperado de https://periodicosfacesf.com.br/index.php/FOR-PEI/article/view/68

Edição

Seção

GT1: PESQUISAS TEÓRICAS E EMPÍRICAS EM CIÊNCIAS SOCIAIS E PENSAMENTO CRÍTICO