AS INFLUÊNCIAS PSICOSSOCIAIS NO PROCESSO DA APRENDIZAGEM
UMA PESQUISA DOCUMENTAL REALIZADA NA ZONA RURAL DE OROCÓ-PE
Palavras-chave:
Ensino fundamental I, Psicossocial, Crianças repetentes, Crianças fora de faixa, AprendizagemResumo
O presente artigo relata uma pesquisa realizada com base em documentos referentes a alunos do quinto ano na zona rural da cidade de Orocó-Pe, visando esclarecer as interlocuções entre o atual estado do ensino brasileiro e o desenvolvimento psicossocial infantil. No Brasil atualmente os níveis de ensino educacional se dividem em: I Educação Básica, formada pela educação infantil (de 0 a 6 anos de idade), pelo ensino fundamental (de 7 a 14 anos) e pelo ensino médio (de 15 a 17 anos); e em Educação Superior, formada pela graduação (curso técnico superior de 2 ou 3 anos e curso superior de 4 anos ou mais), pela Pós-Graduação (mestrado e mestrado profissionalizante), pelo Programa de Pós-Graduação em Mestrado e Doutorado. Esta pesquisa se atenta para a primeira alfabetização, que se faz presente no Ensino Fundamental I ou 1º Grau da Educação Básica, sendo este, base da vida estudantil. O objetivo deste trabalho é evidenciar as influências de fatores psicossociais no processo da aprendizagem, buscando em primeiro lugar, apontar dados estatísticos sobre o percentual de crianças do quinto ano repetentes ou fora de faixa nos últimos cinco anos da região - considerando a idade, o sexo, a cor, se porta deficiência, grau de instrução e profissão de mãe e pai -, em segundo lugar, apontar se as instituições possuem projetos direcionados a fatores psicossociais, e em terceiro lugar, apontar correlações entre os primeiros dois aspectos apresentados e a teoria das habilidades sociais de Zilda Prette, o qual contribui para a compreensão desses elementos no processo de aprendizagem, esclarecendo acerca das bases conceituais das habilidades sociais e direcionando um modo de intervenção eficiente para o desenvolvimento infantil integrado. Como procedimento metodológico esta pesquisa adotou o método quantitativo, utilizando como procedimento de coleta e análise de dados as seguintes atribuições: coleta de dados no documento da ficha escolar, com base nos critérios preestabelecidos pelo pesquisadores; seleção, classificação e categorização dos dados mais relevantes, conversão dos dados em valores percentuais e transferência dos mesmos para gráficos e tabelas a fim de se ter uma melhor visualização. Pós análise destes dados notou-se uma progressão relativa à quantidade de repetentes ao longo dos anos, tendo esse grupo, em 2015 um valor representativo de 6%, em 2016 um valor de 21%, em 2017 de 29%, em 2018 um valor de 38% e em 2019 um valor de 18%. Foi apontado também que ao longo dos cinco anos esse grupo representou 21% da população geral de alunos da região, sendo 13% da população de repetentes, alunos repetentes no quinto ano do ensino fundamental. É importante salientar ainda que 53% dos alunos repetentes são pardos, 96% destes possuem mães agricultores e 88% possuem pais agricultores. Considerando então os dados estatísticos apresentados acima e as considerações teóricas de Zilda Prette sobre as habilidades sociais na infância, foi concluído que fatores socioemocionais interferem no processo da aprendizagem.
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