TRANSEXUALIDADE E ELABORAÇÃO DA CIDADANIA
UM ESTUDO EM REPRESENTAÇÕES SOCIAIS NO VALE DO SÃO FRANCISCO
Palavras-chave:
Transexualidade, Cidadania, Constitucionalismo, Teoria das Representações SociaisResumo
Introdução: Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) o Brasil é o país mais perigoso do mundo para a vida social de transexuais e travestis, fazendo-se necessário discussões sobre os direitos civis dessa população. Objetivo geral: A presente pesquisa objetiva discutir, a partir das representações sociais, a elaboração da cidadania e a capacidade de (inter)(re)ação de transexuais no Vale do São Francisco. Método: para a pesquisa qualitativa empírica adotou-se como método de coleta a realização de entrevistas semiestruturadas. Sendo selecionados 14 indivíduos, 10 homens e 4 mulheres transexuais, localizados pela técnica bola de neve. Para compreensão de dados, elegeu-se como método a análise de conteúdo com suporte no software Iramuteq, tendo como critério de validação a triangulação, com os eixos: 1) teorias veiculadas, 2) Disciplina normativa da Cidadania e 3) representações sociais dos atores sobre a experiência cidadã. Resultados: Para a primeira questão, O indivíduo transexual vive em sociedade em pé de igualdade com as demais pessoas? Por quê?, o programa considerou 79,25% da análise, que correspondem a 42 unidades de contexto elementar (UCEs) do total de 53, e deste material analisado foram agrupados 6 classes, distribuídas em 2 eixos, sendo o primeiro eixo intitulado de “vivencia do desrespeito”, enquanto que o segundo eixo como “tempo presente e latência”. O primeiro eixo é composto por 5 classes (subdivididas em 2 sub eixos), sendo elas as classes 4, nomeada como “fala como instrumento de negativa”, seguido da classe 3, “rejeição de gênero reconhecido”, com a classe 2 intitulada de “social como protagonista” (agrupando estas o sub eixo 1), a classe 1, intitulada de “intensidade do julgamento” e a classe 5, “desrespeito como obstáculo a vida (agrupando estas o sub eixo 2). O segundo eixo é composto exclusivamente por 1 classe e nomeado como “tempo presente e latência”, sendo ela a classe 6 e recebendo o mesmo título. A segunda questão indagou os sujeitos sobre O que é preciso ser feito para que exista igualdade entre os transexuais e as outras identidades de gênero? Quem deve fazer isso?. Nesta análise, o programa considerou 73,61% de todo o banco, o que corresponde a 53 UCEs de um total de 72. A partir deste material analisado, o programa agrupou 5 classes em 2 eixos, sendo o primeiro eixo intitulado como “Cerceamento de direitos na comunidade” enquanto o segundo, “dificuldades coletivas”. O primeiro eixo é composto por uma única classe, que é classe 5, possuidora do mesmo nome. Já o segundo eixo é composto por 4 classes, sendo elas, classe 1, intitulada de “senso de coletividade trans”, a classe 3 intitulada “respeito ausente”, a classe 4 intitulada “não acolhimento LGBT”, e a classe 2, intitulada de “ausência de políticas públicas”. Considerações finais: Foi possível identificar a existência de uma debilidade e desigualdade nos espaços possíveis de elaboração da cidadania e na qualidade das interações na comunidade transexual, o que evidencia a necessidade de desenvolvimento e implementação de ações educativas voltadas à conscientização e empoderamento dessa comunidade.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Fórum Regional de Pesquisa e Intervenção (FOR-PEI)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.